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Luto

Apesar de comum, uma vez que a maioria de nós, em algum momento da vida, experimentará a morte ou a perda de alguém que amamos, o luto é uma experiência angustiante e costuma ser a maior dor que uma pessoa experimentará em toda a sua vida. Pode se tornar mais difícil que o habitual. Isso porque, para alguns, a dor de perder alguém simplesmente não melhora depois de alguns meses.

De forma resumida, todo processo de luto deve ter um começo, um meio e um fim. Diferentes reações emocionais podem ocorrer, tais como negação, tristeza, ansiedade, culpa e raiva. Sintomas físicos também podem acontecer como insônia, palpitação, fraqueza e sudorese, sinais do estresse pelo qual o corpo está passando.

Apesar de a reação variar de pessoa para pessoa, a verdade é que nem todo mundo consegue enfrentar a situação sem ajuda. Para estas pessoas, o luto se torna prolongado ou incapacitante e requer intervenção médica especializada.

Isso porque tal sofrimento prolongado favorece uma deterioração da saúde de forma geral, além da possibilidade de gerar uma depressão grave, entre outros distúrbios.

Atualmente, existem diferentes termos psiquiátricos para identificar esta condição, incluindo “transtorno de luto prolongado”, “luto não resolvido”, “luto patológico” e “transtorno de luto complexo persistente”. Para pacientes que se encaixam neste perfil, o “luto é extraordinariamente intenso, dura muito além do período esperado pelas normas sociais e culturais e é acompanhado por deficiências no funcionamento diário”.

Nestes casos, o psiquiatra pode auxiliar o paciente a construir sua própria resiliência e desenvolver um plano de tratamento para que seja possível superar tal tristeza, ajudando as pessoas a melhorar suas vidas.

Ciúme patológico

O ciúme é uma emoção humana natural e universal, existente em diferentes culturas. Em geral, este sentimento está relacionado ao medo de perder algo ou a pessoa amada, sendo uma emoção transitória e relacionada a casos específicos e de pouca intensidade.

Mas, quando ele se torna uma emoção destrutiva, que afeta consideravelmente a vida de todos os envolvidos, ele se torna ciúme patológico, caracterizado pela necessidade de posse e controle. Neste caso, o ciúme se torna destrutivo, frequente, intenso e/ou irracional, resultando em reações extremamente abusivas.

De forma geral, pacientes com ciúme patológico podem apresentar um problema de saúde mental subjacente, que precisa também ser analisado. Por isso, esta é uma condição em que é imprescindível a ajuda de um especialista.

Transtorno Obsessivo Compulsivo

O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é um distúrbio no qual as pessoas têm pensamentos, ideias ou sensações indesejadas e recorrentes, de forma que as incentivem a fazer algo repetidamente.

Estima-se que esta doença afete aproximadamente de 1 a 2% da população mundial. Somente no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas sofrem com o TOC, cujos comportamentos repetitivos, como lavar as mãos, verificar as coisas ou limpar, interferem significativamente nas atividades diárias e interações sociais dos indivíduos.

De modo geral, muitas pessoas têm, de vez em quando, pensamentos angustiantes ou comportamentos repetitivos. No entanto, tais ações, normalmente, não perturbam a vida diária. Já para aqueles com TOC, os pensamentos são persistentes e os comportamentos são rígidos, sendo impossível não realizá-los. Nestes casos, existe extrema dificuldade de se desvencilhar dos pensamentos obsessivos ou interromper as ações compulsivas, necessitando de ajuda psiquiátrica.

Transtorno de Ansiedade

A ansiedade é uma reação normal ao estresse e, na maioria doas casos, ela inclusive pode ser benéfica, alertando sobre perigos e ajudando a nos preparar para algo ou prestar mais atenção, por exemplo. Entretanto, para algumas pessoas, a sensação de nervosismo, tensão, medo, apreensão e preocupação gerada pela ansiedade ultrapassa os limites, deixando de ser emoções temporárias para se tornarem constantes, prejudicando a qualidade de vida.

Nestes casos, o medo e ansiedade se tornam excessivos, causando diferentes efeitos negativos, desde incapacidade de funcionar nas tarefas cotidianas, irritação constante e até mesmo isolamento. Assim, pacientes com transtornos de ansiedade vivam em constante estado de alerta quando, na maioria dos casos, não há necessidade.

Atualmente o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo. Para estes brasileiros, a ansiedade geralmente apresenta sintomas fisiológicos e emocionais que prejudicam consideravelmente a própria vida social e rotina. Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade:

Transtorno de ansiedade generalizada:

caracterizado pela preocupação persistente e excessiva que interfere nas atividades diárias e podem ocasionar ainda sintomas físicos, como inquietação, sensação de nervosismo ou fadiga fácil, dificuldade de concentração, tensão muscular ou problemas para dormir

Transtorno de ansiedade social:

sensação de preocupação excessiva diante de situações sociais cotidianas. Uma pessoa com transtorno de ansiedade social tem medo de situações sociais irreais nas quais podem se sentir envergonhada, humilhada, rejeitada ou desprezada, fazendo-a evitar tais ambientes, comprometendo a própria qualidade de vida

Transtorno do pânico:

tem como principal característica ataques de pânico recorrentes, com uma combinação de sofrimento físico e psicológico, uma vez que causa também sudorese intensa, dor no peito, falta de ar e palpitações. Como os sintomas são tão graves, muitas pessoas que experimentam um ataque de pânico podem acreditar que estão tendo um ataque cardíaco ou outra doença com risco de vida. Tais ataques geralmente acontecem de forma repentina e sem aviso prévio

Fobias:

medo excessivo, irreal e persistente a estímulos específicos como um objeto, animal, situação ou atividade que geralmente não é prejudicial. Os pacientes sabem que seu medo é excessivo, mas não conseguem superá-lo

Todos os transtornos de ansiedade são tratáveis.
O tratamento psiquiátrico possibilita ajudar a maioria das
pessoas a levar uma vida produtiva, considerada normal.

Transtornos do Humor

Os transtornos de humor são distúrbios emocionais que consistem em períodos prolongados de tristeza excessiva, alegria excessiva ou ambos. Eles podem acontecer em mulheres, adultos, crianças e adolescentes. De forma geral, os transtornos de humor possuem duas categorias:

Depressão: a maior doença incapacitante do planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atingindo cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo. A depressão é uma doença mental grave, que afeta negativamente como a pessoa se sente, como pensa e como age, diminuindo a capacidade de continuar com suas atividades cotidianas.

Apesar de todo mundo se sentir triste de vez em quando, a depressão é uma doença crônica, que tem como principal característica períodos prolongados e persistentes de extrema tristeza, gerando diferentes problemas emocionais e físicos.

Transtorno bipolar: caracterizado por episódios de humor que variam de extremos de alta energia com humor “alto” a períodos “depressivos” baixos. Conhecidas como “oscilações de humor”, estas alternâncias variam de estados de mania, hipomania e depressão, podendo ser de forma leve, moderada ou grave.

Burnout

Burnout é um estado grave de estresse relacionado ao trabalho, que leva à exaustão física, mental e emocional grave, promovendo uma espécie de despersonalização e uma diminuição do senso de eficácia, tirando a alegria de sua carreira, amizades e interações familiares. Tal esgotamento torna difícil para as pessoas com burnout lidarem com o estresse e as responsabilidades do dia a dia.

Assim, tais pacientes sentem que não têm mais capacidade de continuar e podem ter medo de sair da cama todas as manhãs, podendo, em muitos casos, adotar uma visão pessimista em relação à vida e se sentir sem esperança.

Burnout, no entanto, nem sempre é fácil de detectar. Qualquer pessoa que fique continuamente exposta a altos níveis de estresse pode experimentar o esgotamento. Para se ter uma ideia, um estudo recente descobriu que, assim como médicos e executivos, mães e pais também podem desenvolver este tipo de exaustão extrema.

Importante ressaltar que o esgotamento não desaparece por si só e, se não for tratado, pode levar a doenças físicas e psicológicas graves, como depressão, doenças cardíacas e até mesmo diabetes.

Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH / TDA)

O transtorno de déficit de atenção é um termo abrangente que inclui Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) sem hiperatividade. De modo geral, este transtorno é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por um padrão persistente de desatenção e / ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou desenvolvimento do paciente.

Pacientes com TDAH tendem a apresentar problemas significativos de atenção, parecer inquietos, hiperativos e impulsivos. Já aqueles com TDA também possuem problemas de atenção, mas parecem mais desinteressados e desligados, aparentando sempre estar em um ritmo mais lento.

Diferentes pesquisas apontam que ambos podem afetar certas áreas do cérebro que nos permitem resolver problemas, planejar com antecedência, compreender as ações dos outros e controlar nossos impulsos.

Apesar de estes transtornos serem extremamente comuns, erros de percepção sobre os mesmos continuam a circular, dificultando um diagnóstico correto e tratamento precoce. Sem a devida intervenção psiquiátrica, os sintomas persistem na idade adulta, causando prejuízos significativos no funcionamento social, acadêmico e ocupacional.

Psicoterapia

A psicoterapia é uma técnica humanizada para ajudar as pessoas com diferentes doenças mentais e/ou dificuldades emocionais. Desta forma, ela possibilita aos pacientes novas estratégias para lidar com a vida diária, desde o impacto de trauma, doença médica ou perda, até mesmo com transtornos mentais específicos, como depressão ou ansiedade, por exemplo.

Existem vários tipos diferentes de psicoterapia e alguns podem funcionar melhor com determinados problemas ou questões. Além disso, em alguns casos, ela pode ser usada em associação com medicamentos. Desta forma, a psicoterapia possibilita eliminar ou controlar os sintomas preocupantes para que a pessoa possa funcionar melhor, melhorar a autoestima e a qualidade de vida.